Já repararam que passamos a maior parte do nosso tempo, para não dizer sempre, a lamentar-nos de tudo e de todos?
Ou é o trabalho, ou são os amigos, ou é o namorado/a, etc.etc.etc.
Temos sempre qualquer coisa para nos baixar ainda mais a moral, como se não bastassem já as notícias lá fora, essas que todos os dias nos aparecem pela frente, na caixinha mágica, como se já não nos bastassem os lamentos alheios, os desgostos, as desilusões, ainda temos que estar a toda a hora a carpir mágoas...
E acreditem, mesmo que fosse hoje que vos saisse o euro qualquer coisa, que por tanto alguns suspiram, a coisa mudava...
Podia até existir ali uma espécie de felicidade espontânea, mas depois passados alguns segundos, começava tudo de novo, creio mesmo que nessa altura o problema ainda era pior, acho que as insónias de perder tudo isso, não vos deixariam descansar um minuto...
Vem isto a propósito de a maior parte de nós não valorizar as pequenas coisas boas que tem.
Pequenas.
Mas importantes e tão grandes ao mesmo tempo.
Pequenas coias que nos animam, que nos mantêm vivos.
Que nos tazem a felicidade, mesmo que pontual, mesmo que a espaços.
É preciso perceber-se que a vida é isso mesmo, pequenas coisas.
Pequenos momentos.
Acreditem, vivam cada momento.
Cada instante.
Não procurem a felicidade.
Ela existe por si.
Está sempre presente.
Num olhar.
Num beijo.
Numa pequena mensagem.
Num toque.
Existe sobretudo quando se ama.
Amem.
E pela vossa saúde...não se chateiem, vão ver que não vai valer a pena.
Vão perceber isso quando começarem a ter cabelos brancos.
Acreditem.
Sei do que falo.
De
sextrip a 24 de Setembro de 2007 às 23:27
no filme Matrix, há aquele monólogo do agente Smith para o Morpheus, que acho um dos momentos excelentes do filme.
a certa altura ele refere que a primeira versão do Matrix, em que toda a gente era feliz, havia falhado - e diz algo como "o vosso (nosso) conceito de realidade baseia-se no sofrimento, na infelicidade".
as palavras talvez não sejam exactamente estas, mas é o que ele transmite - e é verdade.
os optimistas, os alegres, os românticos, aqueles que se dizem felizes, etc, são encarados como irresponsáveis, alienados, utópicos, naífes e N outras coisas menos boas.
só os problemas, o sofrimento, a tristeza, a infelicidade, etc, é que reflectem "a realidade" - só eles atestam acerca da idoneidade de alguém.
pede um dia de folga no trabalho para ires assistir à peça de teatro do filho ou ao primeiro ballet da filha e logo verás qual a resposta.
mas se pedires um dia para ires a um enterro, estás garantido.
(é só um exemplo...)
os blogs não iriam reflectir uma situação diferente.
abraços
De
utopiaxxi a 25 de Setembro de 2007 às 01:00
mesmo de uma forma anónima e mesmo que muitos procurem nos blogs demonstrar o que não são na vida real, ou procurem falar do que não conseguem na vida real, quando se trata de distinguir e afirmar valores, o nosso quotidiano acaba por passar para a forma como se escreve. Dai que que em muitos blogs o sentimento quase sempre presente quando se fala de relações, é o do ciúme e o da infelicidade.
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