Não estás a perceber pois não?
Não és um namoro de fim de semana ou um "objecto" para matar saudades.
Não te vou maçar muito.
Em tudo na vida, fazemos cedências uns aos outros.
Construir um novo mundo, uma nova vida, noutro sítio, noutro lugar.
O amor é sobretudo compreensão, entreajuda, apoio.
Nalgumas coisas queremos ir depressa demais.
Como se tivéssemos que provar aos outros que somos capazes.
Também é verdade que o tempo passa e vai-nos deixando sinais preocupantes.
Umas rugas, a barba a começar a ficar branca.
E começamos a pensar que nunca vamos conseguir.
A compreensão, o carinho, a partilha, são valores garantes de uma relação.
Tem sido na partilha que tenho falhado, apenas porque estou distante.
Partilha do dia-a-dia, do momento, das dúvidas, dos anseios, do diálogo.
Ás vezes perguntamo-nos se gostamos mesmo muito, como se tivéssemos uma régua e pudessemos medir o que é muito ou pouco.
A resposta que sempre dou, parece-me a mais óbvia e a que para mim continua a fazer mais sentido, respondo eu, que gosto o suficiente para não andar com mais ninguém enquanto andar contigo.
Por isso é que digo que é dificil separar-mos a amizade, daquilo que é algo mais.
Muitas vezes, para não dizer sempre...quando as pessoas se dão bem, mesmo que não estejam juntas, é normal que surja uma atracção física.
A amizade entre homem e mulher, mais cedo ou mais tarde acaba em relação, um abraço aqui, um beijo ali, uma carícia e se ambos estiverem nalgum momento mais frágil, acaba no sitio horizontal...
Ás vezes encontramos pessoas e mesmo não tendo nada com elas, pomo-nos a pensar como teria sido com aquela pessoa, como teria sido se tivéssesmos seguido aquele caminho.
Com o tempo vamos percebendo que o melhor nas relações é sermos naturais, sermos como somos e não sermos algo apenas para agradar.
Sermos nós próprios.
É isso que eu procuro ser.
Ser eu e não ser outro.