Sexta-feira, 6 de Julho de 2007

Devaneios da adolescência I...

 
A minha adolescência, sobretudo a de maior virilidade, ao contrário da maioria dos meus colegas e amigos da altura foi passada no Verão a trabalhar...
 
Pode á primeira vista parecer tempo perdido, mas diria que em parte e cada vez mais penso que foram talvez dos anos que me ajudaram a formar como homem e em parte a moldar a minha já de natureza "pacífica" personalidade.
 
Sobretudo entre os meus 16 e os meus 20 anos passei grande parte dos fins de semana e nas férias escolares, na área da restauração, numa zona balnear e de muito movimento, sobretudo á noite. Para além de esta experiência me ter ajudado a libertar os meus fantasmas e ter servido em grande parte para que hoje no dia-a-dia e na minha vida profissional tenha um grande á vontade nos relacionamentos com as pessoas, foi também a partir daí que começou a nascer o meu interesses pelas áreas sociais, pode parecer disparate, mas atrás de um balcão acreditem, tiram-se verdadeiras teses de relações humanas...
 
Após o impacto inicial de quem é noviço e leva na "corneta"...quer de clientes quer de colegas, as coisas começaram a inverter-se e fruto da minha postura e sobretudo do meu trabalho, passei a ter o respeito de ambos e a ser em muitos casos, o seu confidente. Há coisas difíceis de esquecer.
 
Efectivamente o local era o ponto de encontro entre outras coisas, da malta da minha geração ou um pouco mais velha, da malta que na altura ali bebia um copo e se preparava para ir ás discotecas da moda ou até aos bares de praia tipicos das zonas balneares, era ali, naqueles metros quadrados, que se preparavam estratégias, que se davam os primeiros olhares, os primeiros beijos, os primeiros casalinhos, alguns deles anos mais tarde deram casório, aliás ainda hoje alguns estão casados...
 
É dificil esquecer, os primeiros dias de junho, quando a rapaziada da terra e que durante todo o ano ali parava ao fim-de-semana, me vinha perguntar se havia "algum material novo", entenda-se material novo alguma "estrangeira" que tivesse chegado á terra para passar férias...O curioso da história, é que muita da "malta" estrangeira que vinha um ano, acabava por gostar e vir outro e outro e efectivamente muitos eram os arranjinhos e as amizades que se arranjaram e algumas ainda perduram.
 
Mas estes tempos de trabalho, foram sobretudo sinónimos de uma amizade peculiar e diria até de uma espécie de paixoneta platónica, já que para ambos desde o inicio, ambos sabíamos que viviamos em mundos diferentes, em patamares diferentes e tinhamos e temos visões do mundo diferentes.
 
Os dias eram passados a correr, sobretudo no verão, ficando nós quase sempre e reservando as noites para o merecido descanso dos guerreiros, onde a pausa, a conversa e o convivio eram a união de quem se levantava ás 07 e se deitava ás 04 da manhã seguinte, para depois se levantar novamente ás 07...
 
Era quando se fechava a porta que verdadeiramente para mim e para nós o dia começava, quando quer de inverno, á lareira, ou de verão, no nosso cantinho, segredávamos um ao outro as nossas confîdências, as confidências da descoberta da vida, dos sentimentos. (continua...)
sinto-me: Contador de histórias...
música: A fisga, Rio Grande
sentido por utopiaxxi às 00:05
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