Terça-feira, 25 de Setembro de 2007

Carta Aberta IV...

Uma relação é uma construção constante.
Eu cada vez mais tenho essa percepção e sobretudo cada vez mais sou ponderado nas coisas.
Sinto que me tenho vindo a tornar mais paciente, talvez por começar a encarar os problemas pessoais de uma forma mais natural e isso acaba por se fazer sentir positivamente na forma como encaro a relação e como te encaro.
 
Tenho também e isso para mim causa-me alguma apreensão a sensação de que por vezes te falta essa noção de construção. Digo isto, porque amiúde e basta uma semana ou outra, ou num dia em que por sinal algo saia da rotina ou envie menos uma mensagem ou outra, para logo começares a fazer considerandos sobre a relação e que estou mais distante ou que as coisas não são como dantes, etc, etc, etc.
 
De algum tempo a esta parte mas talvez sobretudo desde o episódio dos meses passados com o teu amigo, que e em virtude de um conjunto de dúvidas que por vezes tens em relação á relação e ao futuro que me deixo abater e fico pensativo. Pensativo porque não consigo disfarçar quando estou triste, não consigo fazer um sorriso amarelo e fingir que está tudo bem.  Não consigo porque fico sempre a pensar que muito desse discurso que por vezes tens para comigo nesses momentos, é reflexo do meio que te rodeia, das expectativas que te criam e que tu própria vais alimentando.
 
Posso sempre estar enganado, mas quando (e embora tu sempre tenhas manifestado urgência em que nos juntássemos, em que rapidamente as coisas se resolvessem) sou eu que coloco a necessidade de se passar a outra fase da relação, que nos assumamos como um casal na verdadeira acepção da palavra, noto dúvidas, reticências, receios, que para mim algum tempo atrás considerava sobretudo reflexos da tua ansiedade, mas actualmente considero que são resquícios da atenção que tens de outros e que alimentas.
 
Tenho vindo a verificar que este tipo de situação começa a ser comum nas mulheres, o que me deixa particularmente intranquilo sobretudo para quem já teve uma experiência dolorosa como a que tive, fico sempre com a noção de que para além do relacionamento comum, as mulheres procuram ter sempre alguém a quem possam recorrer no caso das coisas correrem mal...
 
Podes sempre dizer que não tenho razão alguma para pensar assim. Se calhar não tenho. Mas cingindo-me aos factos, a realidade é que o casamento te assusta.
E fica-se sempre sem perceber se é a palavra, se é o acto.
Ou se sou eu.
sinto-me: Que me faz falta um café...
sentido por utopiaxxi às 08:48
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A Distância...

Antes de mais peço desculpa aos meus poucos mas fiéis leitores por vos ter abandonado nos últimos tempos, mas efectivamente o tempo disponível e as ideias têm andado um pouco arredias da minha pessoa...
 
Hoje gostava de vos maçar, com uma questão que amiúde se me depara e sobretudo deparo em muitos dos blogs que falam e tratam de relacionamentos, que é a questão do silêncio e do diálogo num casal.
 
Tenho para mim cada vez mais presente que a concepção de que um casal que fala muito, que dialoga por tudo e por nada, não significa necessariamente que seja sempre um casal feliz.
 
É certo e estou de acordo, que o diálogo ajuda muito a cimentar a relação, sobretudo se for um diálogo sincero, que aproxime as pessoas, se for um diálogo de partilha de afectos, de emoções. Um diálogo que não deixe estagnar a paixão, coisa que como sabemos é ilusório.
 
Vem isto a propósito de amiúde na minha relação esta questão ser colocada.
Não deixo de considerar curioso que as mulheres têm por norma o facto de colocarem aos homens a questão de lhes darem espaço, de serem livres, de as deixarem por vezes sós, no seu recanto.
 
Mas se for ao contrário, isto é, se porventura for o homem que por um motivo ou outro, ás vezes até por simples falta de tempo, se afaste um pouco mais, é normalmente visto logo como algo de fora do comum e interpretado por parte das mulheres  como um sinal de fragilidade na relação.
 
No meu caso concreto nem sempre isso significa isso, aliás na maioria das vezes não significa mesmo isso.
Todos temos os nossos momentos bons e maus.
Todos gostamos de ponderar de uma forma por vezes isolada a nossa vida.
Sei bem que isso por vezes é mal interpretado pelo companheiro/a, mas tal não significa que não se confie na relação.
 
O sentimento de distância com que por vezes sou confrontado, deve-se muito em parte ao facto de se terem criado hábitos na relação e sempre que esses hábitos por um motivo ou outro deixam de existir, o facto de existir essa diferença, levanta dúvidas, suspeições. Considero isto normal nas relações. Mas não o considero muito saudável.
 
Este problema de nos parecer-mos distantes uns dos outros, tem muito a ver com o sentimento de dependência de que falei alguns blogs atrás. Tem muito a ver com o facto de quando se procura ter uma relação estável e duradoura, a dependência um do outro ser maior e como tal a lógica da proximidade quase que obrigatoriamente ter de estar presente. Quando em falo em proximidade não me estou a referir a proximidade geográfica, mas sim sentimental.
 
No meu caso concreto, também penso que muitas dessas coisas têm a ver com o momento concreto em que cada pessoa está.
 
Isto é, a forma como reagimos, como escrevemos sobre determinado assunto e nomeadamente sobre as relações tem muito a ver com a forma como nos sentimos e sobretudo como estamos a encarar a relação.
A vida prega-nos partidas e leva-nos constantemente a interrrogarmo-nos sobre que caminho devemos seguir, que trilho devemos marcar, essas dúvidas todos as temos, uns de uma forma ponderada outros sem se darem conta disso.
No meu caso concreto continuo a pensar da mesma maneira, sei que caminho não quero seguir.
Sei que encontrei algo de muito bonito.
Sei ao contrário da maior parte das pessoas, que não é preciso andarmos constantemente á procura.
Temos que perceber que ás vezes a felicidade está mesmo a nosso lado.
No meu caso não preciso de mais.Nem de menos.
É a medida exacta que me satisfaz, que me deixa feliz.
 
Talvez por isso ás vezes me sinta triste por pensar que mais dia menos dia corro o risco de a perder.
Não que as coisas até não corram bem. Não que a relação não seja uma relação pela positiva.
Mas tão somente porque a maioria dos homens que a rodeiam não pensa como eu.
O que me torna vulnerável na relação.
E sobretudo porque apesar de tudo sinto que temos noções diferentes de felicidade.
sinto-me: Com dúvidas
sentido por utopiaxxi às 01:30
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