Sábado, 18 de Agosto de 2007

O sentido...

Já repararam que passamos a maior parte do nosso tempo, para não dizer sempre, a lamentar-nos de tudo e de todos?
Ou é o trabalho, ou são os amigos, ou é o namorado/a, etc.etc.etc.
Temos sempre qualquer coisa para nos baixar ainda mais a moral, como se não bastassem já as notícias lá fora, essas que todos os dias nos aparecem pela frente, na caixinha mágica, como se já não nos bastassem os lamentos alheios, os desgostos, as desilusões, ainda temos que estar a toda a hora a carpir mágoas...
 
E acreditem, mesmo que fosse hoje que vos saisse o euro qualquer coisa, que por tanto alguns suspiram, a coisa mudava...
Podia até existir ali uma espécie de felicidade espontânea, mas depois passados alguns segundos, começava tudo de novo, creio mesmo que nessa altura o problema ainda era pior, acho que as insónias de perder tudo isso, não vos deixariam descansar um minuto...
 
Vem isto a propósito de a maior parte de nós não valorizar as pequenas coisas boas que tem.
Pequenas.
Mas importantes e tão grandes ao mesmo tempo.
Pequenas coias que nos animam, que nos mantêm vivos.
Que nos tazem a felicidade, mesmo que pontual, mesmo que a espaços.
É preciso perceber-se que a vida é isso mesmo, pequenas coisas.
Pequenos momentos.
 
Acreditem, vivam cada momento.
Cada instante.
Não procurem a felicidade.
Ela existe por si.
Está sempre presente.
 
Num olhar.
Num beijo.
Numa pequena mensagem.
Num toque.
Existe sobretudo quando se ama.
Amem.
 
E pela vossa saúde...não se chateiem, vão ver que não vai valer a pena.
Vão perceber isso quando começarem a ter cabelos brancos.
Acreditem.
Sei do que falo.
sinto-me: Um ponto de interrogação...
sentido por utopiaxxi às 22:34
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Domingo, 5 de Agosto de 2007

Observações do Quotidiano I...

Ultimamente não tenho tido muito tempo para escrever, no entanto tenho continuado a espreitar alguns dos blogs que considero mais interessantes e que de uma forma ou de outra abordam a questão dos relacionamentos. Sejam eles blogs em que o tema sexo seja o forte ou noutros em que é o amor o assunto mais em foco.
 
Não deixo no entanto de verificar que na maioria dos casos, e o meu em parte também não é excepção, apenas escrevemos sobre o negativo, isto é, é muito mais comum escrevermos sobre a traição, o ciúme, a desconfiança, do que propriamente descrever uma relação que seja estável.
 
Outra questão que me deixa curioso, é que a observação regular de muita informação, blogs, notícias, etc, cruzada com a vida real e com o meu dia a dia, me deixa cada vez mais a ideia de que efectivamente os relacionamentos hoje não são o mesmo que eram há dez ou quinze anos, eu atrevia-me mesmo a dizer que não são o mesmo que eram há um ano..Hoje tudo é muito supérfluo, fácil, para mim acho que tudo é demasiado fácil.
 
Isto em certa medida preocupa-me.
Preocupa-me porque e apesar de a tecnologia, e eu, é bom que fique claro sou um adepto da tecnologia, hoje nos por em contacto instantâneo e aparentemente podermos falar de tudo, não deixa de ser um contrasenso que é precisamente essa mesma tecnologia, que supostamente nos permitiria ter relações abertas, francas, fraternas uns com os outros, que faz com que as relações se gastem rapidamente e sejam sobretudo baseadas, a grande maioria, na falácia e na mentira.
 
Ou seja, na minha opinião, que vale o que vale, tenho a noção de que as pessoas hoje falam muito menos umas com as outras, falar no sentido dos afectos, do entendimento, do respeito.
Choca-me ver miúdas de doze, treze anos, andarem a galar homens de vinte cinco ou trinta como se já soubessem tudo da vida, elas que até há meia dúzia de dias "mijavam no penico..."
 
Choca-me ver alguns miúdos "parolos" com os seus dezassete, dezoito anos, que nem o abcedário sabem dizer...quanto mais amar uma mulher na verdadeira acepção da palavra. Se calhar sou eu que estou a ficar "cota", mas tenho receio de que com o andar da carruagem, as novas gerações e eu incluido, percamos a noção do amor na sua essência, do respeito mútuo e do quanto isso é importante na nossa vida quotidiana, quer profissional quer pessoal. O amor quer queiramos ou não, é um factor fulcral na estabilidade ou instabilidade de cada um de nós, mesmo não querendo, dessa realidade não conseguimos fugir.Reparem que digo amor, não digo sexo. O sexo nos dias de hoje compra-se como chupa chupas na loja dos trezentos...
 
Talvez por isso é que fico sempre desconfiado, quando leio nalguns sítios que o importante hoje é não nos comprometer-mos, não nos sujeitarmos, termos a nossa independência (as mulheres sobretudo utilizam muito esta expressão...qualquer dia pergunto-lhes se também vão ter hino e bandeira...). A questão é que não se pode ter as duas coisas. É bom também que fique claro, que respeito a opinião de cada um e cada um de nós é livre (isto é sempre relativo, mas enfim...) de fazer a sua opção num dado momento, isto é, optar por ter uma relação duradoura, estável, com um compromisso sério, ou por outro lado, procurar ser uma espécie de nómada que comanda o seu "circo". Tanto uma como outra são opções e para mim ambas são válidas.
 
Quem procura ter uma relação estável, duradoura, sabe que estas duas opções não são compatíveis. Não são compatíveis, porque a base da mesma assenta na confiança e no respeito mútuo, na construção de algo em comum. Isto até já pode parecer o discurso da igreja católica (é bom de esclarecer que os homens sempre se amaram ao longo dos tempos e que esta concepção de relacionamento, ao contrário de muitas teorias que por ai andam não é uma invenção judaico-cristã...), mas os sentimentos não são pertença de qualquer confissão ou doutrina, são pertença de cada um de nós, e cada um de nós tem o direito de optar por escolher o seu caminho, sem que para isso seja questionado pela sociedade( coisa dificil como sabemos...).
 
O que estou a dizer é que cada vez mais me começo a considerar numa minoria (espero que imensa) de pessoas, que continuam a ver as relações, como uma espécie de construção, em que continuamente nos vamos descobrindo uns aos outros, em que vamos aprendendo a partilhar, a viver em comum, a ceder quando é preciso. Uma minoria que considera que é possível ser-se feliz em todos os aspectos, naturalmente que os sexuais estão aqui incluídos, sem que para tal tenhamos que andar constantemente á procura. Nos dias de hoje não é fácil.
 
Não é fácil, porque a tentação e o desejo são constantes, a apelação por novas experiências, por novas vivências, assalta-nos constantemente a mente e sobretudo coloca quase sempre em causa o que temos no presente. Todos nós, sentimos isso no nosso dia-a-dia, uns de uma forma mais vísivel, outros nem tanto, mas sentimos. Negar isto é negar que o homem (entenda-se homem no sentido de humanidade) é um ser possuído de desejo e sobretudo um ser predador. Diria que hoje, é quase contra natura, quem procura ter uma relação estável, não se aventurar e não ceder ao desejo.
 
A questão para muitos pode ser uma tolice, mas mais uma vez coloco o dilema que assalta quase sempre cada um, a certeza do presente ou a incerteza do futuro? Isto é, a certeza de uma relação saudável, estável ou a incerteza de não se saber como se ficaria depois disso. Essa é que é a questão, pois mesmo nas relações em que existe essa partilha de desejos, essas aventuras mútuas, dificilmente a mesma com o tempo se manterá, pois o sentimento de culpa (esta sim um invenção judaico-cristã...) mesmo que não o transmitamos á outra pessoa, corrói-nos por dentro, já para não falar da quase sempre certeza de que essa mesmas aventuras deixam de ser meros encontros para se tornarem numa nova paixão.
 
Ao contrário do que pode parecer neste texto, não sou nada moralista, apenas estou a transmitir uma visão um pouco diferente do que costumo ler.
É que é bom que tenhamos a noção de que apesar de o discurso corrente ser, essa pseudo autonomia, essas pseudo relações abertas (que é o caso da minha, diga-se de passagem...), todos nós na prática criamos relações de dependência que o amor quando existe não esconde e acentua.Se assim não fosse, o ciúme seria apenas mais uma invenção dantesca.
sinto-me: Um anjinho...
sentido por utopiaxxi às 23:04
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Quinta-feira, 2 de Agosto de 2007

O Desejo...

 
O desejo quase sempre que me queima a pele...
Como se fosse um daqueles muitos raios solares que nos invadem o corpo e que nos deixam cade vez mais marcas.
Hoje quase como quase sempre, repara que é quase, não é sempre, pode parecer um pormenor, mas faz toda a diferença.
 
Dizia eu, hoje, desejo-te.
Como tu quiseres.
Podes vir como tu quiseres.
 
É claro que se vieres naquele teu jeito sensual, de mulher fatal, não desdenharei.
Mas vem.
Vem como achares melhor.
Como te der mais jeito.
Por terra, por ar ou por mar.
 
Talvez por mar, para te ir esperar á costa.
Sempre é mais romântico e posso ficar na encosta, junto ao farol, ser o teu guia.
Para que não te percas nalguma tempestade ou mesmo para que os adamastores não te desviem da minha rota.
 
Vem.
Simplesmente vem e faz amor comigo.
Como tu gostas.
Como tu queres.
Vem.
Espero por ti.
Hoje.Amanhã.
Vem.
sinto-me: A piscar-te o olho...
sentido por utopiaxxi às 22:49
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Quarta-feira, 1 de Agosto de 2007

O sentimento de posse...

Muitos de nós vivem ou já viveram paixões arrebatadoras, daquelas em que o coração palpita a cada minuto que passa, a cada segundo em que a pessoa que amamos não chega, tudo isso é muito bonito e por vezes passando essa fase típica das paixões, nalguns casos o processo avança e em vez de paixão, passa a existir amor entre cada um.
 
A questão prende-se sobre o sentimento de posse que temos uns sobre os outros.
Por vezes interrogo-me sobre isso e embora sendo eu intelectualmente muito liberal nesse assunto (atenção não confundir com liberais políticos...), não deixa de ser constrangedor verificar que na realidade perco muito desse sentimento liberal quando confrontado com algumas questões, como que levanto as amarras do castelo e lá vem novamente o sentimenro de posse...
 
Ou seja, quase sempre e quando confrontados com questões concretas, muitos de nós tem dificuldade em manter essa postura liberal e de "low profile" e sentimos sempre o sabor, ou diria o sentimento próprio de que nos rondam o castelo...
 
Interrogo-me sobre isto do sentimento de posse, pois por vezes pergunto-me qual será a legitimidade de cada um em limitar os actos dos outros, mesmo da pessoa que se ama, será o amor quando em sintonia, incompatível com esses pequenos desvios momentâneos? É que por muito que se diga o contrário, ficam sempre marcas, ficam sempre sinais e nunca sabemos muito bem como ficaremos no futuro.
 
Admito que o sentimento de posse que temos da pessoa que amamos, mude de pessoa para pessoa e mude sobretudo com a idade. Tenho a ideia (talvez errada e absurda),de que  com a idade, cedemos mais, somos menos temperamentais e sobretudo entendemos melhor as coisas. Pelo menos eu tenho vindo a mudar a minha forma de estar em relação a algumas coisas e hoje admito que embora me custe "alienar" o que amo, nem que seja por instantes, por momentos, não é menos verdade que me interrogo se é legítimo ter essa percepção de pertença, como se quem amamos, fosse uma coisa, um objecto, que apenas nós pudessemos manipular e usufruir a nosso belo prazer. Isto é um ponto de vista.
 
O outro, é de que o sentimento de posse, na minha modesta opinião, para além de ser um sintoma do ciúme, não deixa de ser também um sinal de que nos custa libertar do que é nosso, do que conquistámos, no fundo, penso que o sentimento de posse é também uma forma de protegermos o nosso "castelo" e sobretudo de procurarmos manter as coisas que consideramos serem importantes para nós.
 
É por isso que tenho sempre dificuldade em lidar com isto, não que não entenda que cada um de nós não deve ser demasiado possessivo sobre quem amamos, mas por outro lado o medo e o receio da perca, fala quase sempre mais alto e acabamos quase sempre por ter o coração aos saltos e sem saber muito bem que caminho seguir.
música: Úunica das Amantes, Quinta do Bill
sinto-me: Pensativo...
sentido por utopiaxxi às 23:09
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